O premiado jornalista inglês Jonathan Freedland publicou em 2022 o livro Arte da fuga: a história do homem que fugiu de Auschwitz e contou para o mundo, uma biografia do judeu Rudolf Vbra (1924-2006), prisioneiro que conseguiu escapar do famoso campo de concentração nazista em 1942 (título original: The escape artist: the man who broke out of Auschwitz…)
PORÉM, de acordo com o pesquisador e ativista judeu Tony Greenstein, autor do livro Sionismo durante o Holocausto: a memória como arma a serviço do Estado e da nação (2022), Jonathan Freedland adulterou a história de Rudolf Vrba, omitindo episódios importantíssimos sobre o biografado, como este relato no jornal Daily Herald de fevereiro de 1961:
Sou judeu. Apesar disso – na verdade, por causa disso – acuso certos líderes judeus de um dos atos mais horríveis da guerra. Este pequeno grupo de traidores sabia o que estava acontecendo com seus irmãos nas câmaras de gás de Hitler e comprou suas próprias vidas com o preço do silêncio... Eu consegui avisar os líderes sionistas húngaros com três semanas de antecedência de que Eichmann planejava enviar um milhão de judeus para suas câmaras de gás... Kasztner foi até Eichmann e lhe disse: ‘Sei dos seus planos; poupe alguns judeus da minha escolha, e ficarei quieto.
Tony Greenstein conta como, em diversas ocasiões, líderes do movimento sionista em diversos países colaboraram com os nazistas: "O sionismo sempre encontrou seus amigos entre os antissemitas. Seu fundador, Theodor Herzl, escreveu em seus diários que ‘os antissemitas se tornarão nossos amigos mais confiáveis, e os países antissemitas, nossos aliados’ ".
Vale a pena conferir a resenha minuciosa de Tony Greenstein.
Livros citados: